GARGOMAX

fevereiro 28, 2018 at 1:39 am 1 comentário

Oi, pessoal,

É provável que algum/a leitor/a pergunte se esta história é o começo de um livro. Na verdade, não. É apenas uma história que fala de uma ainda maior.

Mas, se você gostou de “Gargomax”, fico lisonjeada, apenas aguarde pois, caso algumas engrenagens postas em andamento derem certo, vai poder ler mais deste universo num futuro breve. Aguardemos…
Os mais atentos e atentas vão lembrar que esta não é a primeira aparição de Kakanty…

Boa leitura.

 

GARGOMAX

 

Prólogo…

Lá pelo fim do século XXI, o demônio chamado Kakanty descobriu uma forma de reabrir o portal que uma vez ligou a Terra ao Inferno e, assim, ele liderou seu povo para invadir o mundo dos humanos.

A civilização ruiu e a humanidade apenas não foi extinta porque os deuses, embora tivessem decidido não participar da guerra, concederam a alguns humanos o dom de manipular magia. Com a mágica de volta à Terra, esses novos magos, lideraram a resistência da espécie e o terrível conflito prosseguiu…

Quartel-general do 3º Exército da Resistência Brasileira, em Terra Bandeirantes,nas ruínas da antiga cidade de São Paulo…

Galileo tinha quinze anos. Estava na guerra desde os doze. Naquele momento, limpava a espada mágica, que usava em batalha, e recitava o encantamento que seu amigo Edson Amaral, um mago de nível cinco, havia lhe ensinado para reabastecer a carga daquela arma. Com a lâmina, fez um corte na mão direita e completou o ritual com gotas de seu próprio sangue. A espada rangeu satisfeita e emitiu um leve brilho azulado.

Era uma guerra e havia poucos intervalos para descansar ou pensar, além disso, dizia-se que os demônios estavam aumentando em número e poder, falava-se que a Resistência cairia em no máximo mais um ano ou dois. Mesmo assim, Galileo estava feliz. Naquela semana, ele foi apresentando a Nikolas, o pai que ele não havia conhecido, que o conflito afastara dele muito cedo. O pai que estava agora a seu lado.

Nikolas veio de um longo período em Terra Patriota, uma das muitas nações em que os antigos Estados Unidos da América haviam se dividido. Trazia notícias ruins, mas também muita experiência de combate que era bem apreciada em Terra Bandeirantes. Naquele momento exato, Nikolas desenhava símbolos místicos em sua armadura, uma medida de proteção recomendada pelos magos.

Perto dos dois estava Gargomax, o nome pelo qual Galileo chamava o mostro de dois metros e meio de altura, pele de pedra, uma arma biológica criada pelos magos. No acampamento havia mais três como aquele. No ano anterior, havia sete. Ninguém sabia como os feiticeiros produziam aquelas criaturas, mas isso não era importante, não quando Galileo viu Gargomax despedaçando demônios com as próprias mãos. Monstros como esse eram a única esperança da Resistência.

Observando o pai, Galileo pensou como teria sido sua vida se aquela guerra não tivesse acontecido. Sempre sonhara em ter crescido ao lado de Nikolas e de sua mãe, Marie, que os demônios despedaçaram numa emboscada. Tinha certeza que os três teriam sido muitos felizes.

Por um instante, olhou para Gargomax. Perguntou a si mesmo se aquele monstro pensava alguma coisa, se tinha sonhos ou se podia ser feliz. Ignorou essas idéias. Era besteira gastar tempo pensando em algo assim. A criatura era apenas uma fera, muda, sem mente ou consciência. Uma máquina de guerra criada para destruir demônios. Nada mais que isso.

Quanto a Gargomax, ele observou o rapaz olhando para ele e lembrou de si mesmo quando tinha aquela idade. Seu peito de pedra, desprovido de coração, inundou-se de tristeza e saudade. Sim, sentia muita falta de quando era humano.


Sem título-2

Conforme está nos livros de História, no ano de 2100, o demônio Kakanty descobriu uma forma de reabrir o portal que, uma vez, ligava a Terra ao Inferno. Ele liderou uma invasão dos demônios ao nosso mundo e a civilização ruiu no conflito.

A espécie humana escapou da extinção graças à interferência dos deuses, que concederam poderes a uma elite de homens e mulheres, os assim chamados Magos, os quais assumiram o governo e organizaram a resistência contra os demônios.

Na época de Gargomax, o estado de São Paulo não mais existe como uma unidade. Semelhante ao que ocorreu em outros lugares (Estados Unidos e França, por exemplo), por conta da guerra, seu território se dividiu em novas áreas independentes.

Na verdade, o antigo Brasil inteiro se dividiu em várias pequenas repúblicas ou reinos independentes, alguns sob controle humano, outros governados por demônios e, até mesmo, terras despovoadas cujas populações foram extintas pela espécie demoníaca. Coletivamente, porém, o conjunto de exércitos e guerrilhas que lutavam no que já fora as terras brasileiras era referido como Resistência Brasileira.

Em algumas partes, havia a proposta de reunificar todas essas novas nações e reconstruir o Brasil, se a guerra fosse vencida.
Segue abaixo a divisão de terras que ocupou o lugar do extinto estado de São Paulo:

1 – Krakavin, também chamado de Krakavinus, formalmente “Vice-Reino de Krakavin” – um reino governado por demônios. Lá a população humana foi exterminada e suas almas enviadas ao Inferno, onde servem como escravos, fonte de energia ou alimento. É administrada pelo Vice-Rei Lorde Bok Mellitus, um demônio.

2 – Anhaguera, também chamada de Desolação, Terra Desolada ou Wasteland, termo emprestado dos americanos. Em 2105, o demônio Lorde Varashantir chefiava uma equipe que tentava desenvolver uma nova e apocalíptica arma mística, no lugar que hoje é Anhaguera. O projeto foi sabotado pela Resistência, tendo como resultado uma grande explosão que deixou toda aquela área contaminada. Mesmo com proteção, um ser humano não pode sobreviver, naquele local, por mais que duas horas. Um demônio, ainda que envolto devidamente por encantamento protetores, morreria ali em não mais que um dia. Anhaguera permanece, portanto, como área desabitada por ambos os lados do conflito. Todavia, o mago Conrad de Lenormand acredita que aquela área desolada pode ter desenvolvido formas novas, alternativas e extraordinárias de vida, porém, selvagens e incontroláveis.

3 – Terra Bandeirantes, uma república habitada por humanos. Seu presidente é o Dr. Venceslau Villarrosa, que, porém, encontra-se numa disputa interna de poder com seu vice, Pastor Felício Salazar, o qual tenciona derrubá-lo. Terra Bandeirantes abriga o quartel-general do 3º Exército da Resistência Brasileira, que se situa, especificamente, nas ruínas da antiga cidade de São Paulo, a mesma que foi devastada no início da guerra.

Entry filed under: Uncategorized.

Atualização de Fevereiro(1)

1 Comentário Add your own

  • 1. Edgley  |  março 25, 2022 às 5:34 pm

    Adorei o conto. Parabéns mais uma vez pela criatividade.

    Responder

Deixe um comentário

Trackback this post  |  Subscribe to the comments via RSS Feed


Agenda

fevereiro 2018
S T Q Q S S D
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728  

Most Recent Posts